Sou formado em comunicação e atuo no mercado há 21 anos.
Comecei com rádio na internet, sites, depois trade marketing, e passei os últimos 10 anos da minha vida construindo narrativas de marca enquanto negócio.
Assim como grande parte dos profissionais de comunicação no Brasil, me desenvolvi de modo empírico: testando, entendendo o que funcionava, repetindo o que dava certo e eliminando o que não dava.
Em 2019, voltei à academia e me dei conta da quantidade de método existentes na ciência para direcionar os esforços de investimento em comunicação e marketing. Me surpreendi com a quantidade de métodos publicados que raramente chegavam ao dia a dia do mercado.
Estruturei meu método de construção de conteúdo de marca, que foi publicado como livro pelo Grupo Editorial Summus, unindo a minha prática ao que tambérm já havia sido publicado sobre o tema.
E hoje, por estar numa área de dados, área mais aderente ao universo acadêmico, me esforço para levantar as pesquisas sobre determinados temas antes de partir para a prática.
Para quem não sabe, a fonte principal de publicação das pesquisas no brasil é o Lattes, do Cnpq.
Sucateado (tipo a Cinemateca, o Museu Nacional…), o Lattes está fora do ar por pane no servidor e sem previsão de volta.
POR QUE O DESESPERO: qualquer ciência parte do que já foi publicado para desenvolver novos métodos. Assim funcionam as vacinas contra a covid, por exemplo, que partiram do que já havia sido publicado sobre outros coronavirus para pensar em como atuar com a versão 2019.
Nas ciências humanas, é a mesma coisa: parte-se do que já foi publicado e indexado diversas vezes para, a partir dali, seguirmos para o próximo passo. Por isso é fundamental acervo de conteúdo, de pesquisas, de ciência, em áreas como a da comunicação.
Já reparou que é assim que o Google funciona? O ainda imbatível algoritmo do Google indexa o que é mais publicado e pesquisado na ferramenta, entendendo como relevante. A ciência funciona assim.
Sei que a maior parte do meu público é do mercado de comunicação. É preciso valorizar a produção acadêmica em nossa área, estudar além de seminários de opinião, nos desenvolvermos, porque as pesquisas e os métodos nos dão prontidão para práticas em nossos negócios.
Por mais que ainda tenhamos o Google Scholar para realizar as pesquisas de publicações científicas no dia a dia de forma mais fácil, não é “tudo bem” o Lattes estar fora do ar: é gravíssimo.
Em tempo, indico duas empresas que brilham na construção de pontes entre produção acadêmica e mercado: ILUMEO – Data Science Company e Inesplorato.