O vídeo acima apresenta a professora Rita Von Hunty numa entrevista para o canal de Rafinha Bastos no YouTube. Nele, Rita explica o que é gênero, o que é drag, o que é identidade, entre outros temas.
Num dos primeiros comentários do vídeo (ou talvez o que mais chamou a minha atenção) é de uma moça chamada Carol Labre, que diz:
“Meu deus, cada fala da Rita é um TCC. Ela cita as fontes, tudo arrumadinho. Não tem achismo.“
É verdade. Toda a fala de Rita expressa por onde ela pensa, e não o que ela acha. Como um bom TCC, uma boa dissertação de mestrado ou uma tese de doutorado, Rita elucida seu percurso. É tudo referendado, e, no caso dela, boa parte do pensamento está apoiada nos teóricos pós-estruturalistas, como Foucault. Estes pensadores, por si só, também já referemdaram do seu pensamento a partir das bases anteriores ao que pensavam.
A língua dá contorno à cultura. O pensamento filosófico tem também base epistemológica: iss quer dizer que serve à forma como apreendemos a realidade. E falar com base nas referências é uma construção alicerçada em dados, mas não originalmente números. Esses dados não numéricos também se transformam em informação e passam a ser quantificados quando são citados em artigos científicos (ou acadêmicos).
Quer ver como funciona? Dê uma navegada em um currículo Lattes ou mesmo no Google Scholar. Cada autor encontrado é citado em outros trabalhos. E os trabalhos científicos, ao serem publicados, podem ser também citados, referendados, constestados. Assim se faz ciência, assim se produz conhecimento.